Fotografia retirada do site http://www.fotocolagem.com.br/ em 18/10/2012) |
Foi assim que o jovem menino mais
uma vez saiu de casa. A única diferença, o que deixou sua mãe curiosa, era o
fato de ser feriado. Ele saiu tão rápido que a curiosidade que se fez presente na mente da
mãe, não conseguiu chegar até a boca para ela lhe perguntar:
- Menino aonde você vai com tanto
cacareco? - ela então correu para ligar. Tudo em vão. O celular foi deixado em
casa. Ao lado dele um bilhete dizia: Mãe, eu vou colorir o mundo!!
O menino passa pela portaria, com o
sorriso que é a sua marca, monta na bike e cessa para pegar o walkman. Coloca
no repertório somente uma mulher: Mo'Kalamity, em especial "Father
reggae". É seu mais novo mantra.
Para na esquina e abre a mochila
para conferir o equipamento. Está tudo lá. Pega o mapa contendo o seu roteiro e
parti para sua missão: Colorir, dar vida, trazer luz!
Anda por algumas horas até chegar ao
exato local. Uma grande avenida que durante a semana não vive. Ela está sempre
parada devido ao número excessivo de tudo; muitas pessoas, bicicletas, muitos
carros, ônibus... Tem até carroça com bicho.
O curioso é que à esquerda só há
concreto, mas a direita....
Há o lindo mar com um único pedaço de muro.
Passa de loja em loja, de prédio em prédio, de casa em casa explicando a sua ideia e solicitando autorização. Todos gostaram muito do menino e principalmente do sorriso estampado em seu rosto após cada "não" recebido. O problema é que esperamos um dizer "sim", para dizermos também, como ninguém havia dito sua missão ia falhar. Pelo menos era o que tudo indicava. Todavia, em seu coração havia a fagulha.
Nesse momento, na frente de todos aqueles que lhe diziam "não" chegou O Coronel.
Passa de loja em loja, de prédio em prédio, de casa em casa explicando a sua ideia e solicitando autorização. Todos gostaram muito do menino e principalmente do sorriso estampado em seu rosto após cada "não" recebido. O problema é que esperamos um dizer "sim", para dizermos também, como ninguém havia dito sua missão ia falhar. Pelo menos era o que tudo indicava. Todavia, em seu coração havia a fagulha.
Nesse momento, na frente de todos aqueles que lhe diziam "não" chegou O Coronel.
- Meu recruta me disse da sua ideia. Gostei muito menino.
Tem a minha autorização. Os muros da minha residência estão à disposição.
Precisa de algo mais meu jovem?
- Não senhor!
- Não senhor!
- Positivo! Chego à noite. Esse é
meu telefone, qualquer coisa que precisar é só me ligar. Deixei dois dos meus
recrutas a sua disposição. Irão te escoltar. Até a noite.
Agora sim. Um brilho se fez e não
era uma luz no fim do túnel. Era o menino que agora sorria de corpo e alma.
Correu para os muros do Coronel. Pensava que, como somente ele o havia autorizado, teria que reelaborar seu plano. Ficou alguns minutos sentado pensando. Nesse intervalo de tempo o português da padaria chegou com uns pasteizinhos de Belém, água, refri e com a autorização. Ele lhe disse:
Correu para os muros do Coronel. Pensava que, como somente ele o havia autorizado, teria que reelaborar seu plano. Ficou alguns minutos sentado pensando. Nesse intervalo de tempo o português da padaria chegou com uns pasteizinhos de Belém, água, refri e com a autorização. Ele lhe disse:
- Ora pois, meu jovem. Se o coronel
autorizou, eu te aprovo também. - e em questões de segundos toda a rua o
autorizou. Todos ficaram a espreitar o andar da carruagem.
Ele coçava a cabeça e pensava: Como vou fazer tudo isso com
tão pouca tinha? No mesmo momento que dirigiu a sua dúvida a Deus, Ele me
respondeu.
Um caminhão do exército parou em frente à casa do coronel
com mais oito recrutas abarrotados de tintas. Era tanta latinha de spray que
ele se sentiu no shopping center das cores.
- Vamos trabalhar né? – disse aos recrutas. Os deixou sob a
responsabilidade de eles escreverem nos muros da rua e ele partiu para o pedacinho de muro junto ao mar.
Ao final do dia, todos da rua lhe davam abraços, beijos e
muitos sorrisos como pagamento. Ele estava radiante, mas temeroso, afinal o seu
padrinho, O Coronel, não tinha visto como ficou a rua.
Muito tempo depois ele chega. Anda por toda a rua. Olha para o
mar vê o muro e diz: Menino, bom trabalho!
Nesse momento o jovem se despediu e se encaminhou para
casa. Já era muito tarde. Ligou o walkman e foi suavemente flutuando pelas
ruas.
Ao chegar a casa, um susto.
- Menino, isso são
horas? Por onde você esteve? Vocês se tornou pixador foi?
Ele olhou para
mãe e disse: Mãe, amanhã na volta para casa você vai entender.
Ela o conhecia
tão bem que sabia que não ia adiantar lhe perguntar nada.
No dia seguinte
voltando para casa, nas avenidas que não andam o celular da mãe toca.
- Mãe? Olha para
a sua esquerda e acompanha as instruções. – e do mesmo jeito que ligou,
desligou o telefone sem que a mãe lhe proferisse uma só palavra.
Então foi o que
ela fez.
Nos muros havia
as seguintes frases:
Abaixe o vidro
do carro. Desligue
o ar-condicionado. Sinta a brisa gostosa do mar. Coloque uma música baixinha para relaxar.
Veja como
o mar é bonito.
Cumprimente a pessoa que está ao seu lado. Deseje-lhe coisas boas. Tenha
bons pensamentos. Sinta como você está mais
calmo e relaxado. Não precisa correr. Viva mais devagar. Dê passagem aos
outros veículos. Respeite o pedestre e o ciclista. Pare o carro e tome uma água de coco. Enxergue a beleza dessa natureza que lhe cerca.
A última frase
dizia: Olha para o outro lado, onde está o muro que não te deixava ver o mar?
O curioso é
o que distraia os transeuntes, as frases, não causou nenhum acidente. Pelo
contrário. Neste trecho e nos que o sucediam os acidentes diminuíram e a vida
seguiu um fluxo mais harmônico.
ahh muito bom, até eu que não to no transito, to me sentindo muito mais relaxada, principalmente depois de uma noticia pessima que acabei de ter. Parabéns Nelson! =D
ResponderExcluir