domingo, 26 de maio de 2013

O louco.

Mais uma semana se foi. Ou seria menos uma semana?

Tudo é uma questão de ótica, de posição, de interpretação.

O que não é subjetivo é a dor que balança entre o ser que apenas tentar não tê-la em seus sonhos.

É tudo aquilo que nesse momento queria ter, porém, não consegue.

É aquela força, fé, alegria e esperança que o fizeram ser visto como um menino feliz, que não existe mais.

Dentro não há.

Fora não vem.

E assim ele segue, o louco com fastio de se encontrar no próximo espelho.

sábado, 18 de maio de 2013

Sensorial, consciente e recorrente!


Vasculha o guarda-roupa para arruma-lo e sem estar escondido encontra uma lembrança dela que diz "nossas músicas para alegrar nossos dias =)". Essa frase com a carinha é o reflexo dela. É inevitável o cair das lágrimas. Mesmo tendo o olhar embasado, consegue enxergar ao lado um livrinho; um livrinho que tem vinte anos. Nele há o seu primeiro expurgo, o expurgo para o pai e hoje ele sabe o motivo de ser justamente para o pai. Aquelas poucas lágrimas se transformam em um dilúvio de emoções. As pernas não aguentam o peso do coração inchado de sentimentos bons e dobram. No chão consegue ver uma pasta cheia de desenhos seus feitos para a mãe, o irmão e para a irmã. Nunca os mostrou. Do chão olha para o céu a procura de Deus e enxerga o desenho que Pitoco fez para ele.

- Toma tio, pra você!

- Um leão Pitoco?

- É! – disse ela dando um beijo nele e indo brincar sorridente.

Já não enxergava mais nada. Tudo era água em Recife. Troca de roupa rápido, pega o camelinho, o walkman e sai. Vai pedalar por aí. Aliviar a pressão que vem do coração. A pressão que tenta lhe mostrar um novo caminho. Um novo caminho presente de tudo de bom do passado. Com o vento na cara e a chuva no lombo se fecha assim como faz o caramujo.

Enfim está em casa! Pedalando e ouvindo as músicas que lhe trazem fé! A fé e a esperança não mais no bom amanhã, mas sim no excelente presente. Está só. Só ele, o camelinho, o walkman, mas com o peito cheio de um passado bom que lhe impulsiona pra frente!

"Volte a brilhar!"

Sobre as pontes e overdrives vê o mangue e os caranguejos andando de lado. Não senti o que para uns é fedor, não enxerga o que para uns é feio. Vê naquela lama a vida se tornar vida; a vida mais uma vez começando.

Uma inspirada forte e longa olhando para o céu. Fecha os olhos e sente as gotas do céu vindo lavar. Vindo levar tudo o que o angustia! Por alguns minutos pedala de olhos fechados. Simplesmente pedala, ouve os anjos e sente o frio se transformar em calor.

Retira o walkman do ouvido e consegue ouvir, mesmo naquela forte chuva, os passarinhos a cantar. Olha para o céu e os vê vivendo, mesmo sob chuva. Estar molhado nunca foi problema, "né mãe?".

Toda aquela inquietude do presente, todas aquelas dúvidas do presente, a incerteza se foi e agora e se vê novamente de mãos dadas com a mãe a caminho da escola, como há vinte anos quando escreveu seu primeiro rabisco.  Lembrou-se de toda a dificuldade e de como saia dela.

- Sempre sorrir enquanto caminha! – essa é a nossa missão, esse é "o gesto forte que só ele pode ver!".

segunda-feira, 13 de maio de 2013

A última dança!

Paula Amazonas e Alexander Sokolov.


A vida dela sempre foi dançar. 
Em muitos lugares o fez.
Em nenhum momento deixou a esperança morrer.
E a cada novo dia, dançava outra vez.
Com os sem estrutura lá estava ela, dançando outra vez.
- A vida dela se resume a isso? - perguntam uns.
- Sim! - respondo eu. - Ela dança!
Contrabalanceia-se na corda bamba da vida, assim como faz o acrobata quando dança de um lado para o outro sobre a fina corda elástica.
É a elasticidade que exige a vida!
São os movimentos suaves que exige a vida!
A dança segura ocorre depois de com muitos parceiros girar.
E hoje acontece a última dança.
Ela tem que ir.
Ele a segura como nunca havia feito antes.
Não há força, tampouco lágrimas.
Há a certeza de que aquelas longas horas aprendendo a se encaixar nela valeram a pena! 
E quando ela, a quilômetros de distancia percebe isso, fecha os olhos para vê-lo novamente sorrindo enquanto dançava com ela!
Esse sorriso é só dela!

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Saindo do eixo!

http://www.riobailefunk.net/a-plasticidade-do-funk-e-a-plasticidade-de-mr-catra/#.UY2MT6IWLIc
- Capitão, interceptamos uma troca de mensagens de dois elementos. 
- Positivo! Me mantenha informado.

Alguns minutos depois...

- Capitão, os dois elementos estão combinando um rolo para mais tarde. Posso chamar os caveiras?
- O que eles vão fazer?
- Vão para uma “festa” aloprar a comunidade. E o Bonde do Levante vai com eles.

O Capitão pensou por alguns segundos e deu o veredito.

- Deixa os meninos livres na festa.
- Mas Capitão, isso vai dá merda!
- Eu sei!
- E mesmo assim não vamos fazer nada?
- Positivo!
- Ok. – disse o recruta com raiva, pois foi escalado para o plantão em plena sexta à noite. Justo na noite do funk.

- Esse recruta ainda tem muito o que aprender! Um desses dois elementos está retirando o outro da tristeza e justamente por isso hoje vou fazer vista grossa! – exclamou o Capitão Jesus.

domingo, 5 de maio de 2013

Método Científico.

Joãozinho resolveu usar a sua dor para algo novo: se tornar cientista.

Escolheu um grupo de pessoas e foi conversar de maneira que elas não tivessem a certeza de haver a mesma troca de ideias com outras pessoas. Passou a falar todos os pontos negativos de uma dada pessoa e, de maneira unânime, ouviu a seguinte frase: Ah meu velho, meu amigo, meu irmão, sendo assim você tem que se afastar, deixar rolar, pois essa pessoa não é boa para você.

Joãozinho pode concluir que diante dos aspectos ruins as pessoas são incentivadas a se afastar do "problema" e querem que todos façam o mesmo.

Repetiu a experiência, com as mesmas pessoas dias depois. Nesse momento só abordou os aspectos bons do mesmo indivíduo utilizado na pesquisa anterior e para a sua surpresa ouviu os seguintes comentários: Sendo assim, é melhor você pensar direitinho no que você quer.
Ele insistiu em obter a opinião do outro que por sua vez não quis fornece-la.

Joãozinho concluiu que quando abordado os aspectos negativos antes dos "positivos" as pessoas não querem colocar a sua opinião. Se está tudo ruim, muda - simples assim -, ou seja, colocamos a nossa verdade sobre a verdade daquele que nos solicita uma ajuda. Mas se abordamos o ruim antes do bom, o outro não quer se posicionar. Prefere deixar a batata quente na mão do outro, afinal de contas, "só você sabe o que está sentindo", nos dizem. Agora sim essa frase faz sentindo.

Agora fico pensando eu: Por que temos tanta dificuldade de nos aproximar do diferente? Por que temos tanta dificuldade de permanecer com o diferente? Por que todo esse medo de conviver com o outro que é tão diferente de nós? Por que não unir o diferente, ciente das inúmeras dificuldades, para evoluirmos um pouco a cada dia?

Por que simplesmente não unimos aqueles que se amam?

Esses questionamentos devem ser só mais uma viagem de um cientista que pouco pensa e muito sente. Que usa mais a razão do coração do que os sentimentos da cabeça!