domingo, 30 de novembro de 2014

O pronome certo!

Uma, traquecardeou-me

Algumas, retiraram-me as forças

Aquela, foi sem vontade

Nela, não quero mais voltar.


Procuro ELA!!


Onde o beijo apenas será beijo

Onde o beijo apenas dure!


Achei!



(Ao som de "La Edad Del Cielo", Jorge Drexler.)

domingo, 2 de novembro de 2014

Minha calma.


Fui dormir no quarto de mamãe
Mesmo ela não estando
Precisava de colo.

Acordei doente
Querendo longe estar.

Programei-me ir
Você chegou e sorriu.

Desisti.

Vou ficar aqui para ver você sorrir.

Ao final do dia
Você se foi
Não está mais aqui.

Quem permanece 
É a vontade de ir
Ela permanece aqui dentro.

Pego a mochila e o walkman e vou.

No caminho lembro de ti
Vejo o seu sorriso quando fecho os olhos
Sinto o seu cheiro quando respiro.

Volto para a cama de mamãe 
Para dormir em paz
Para esperar as horas passarem 
Para te ver sorrir de novo amanhã!

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Ciclo

Demorou
Enfim no meu braço

Medo
Inexperiência
Não saber o que fazer

Do mesmo jeito que chegaste
Ficaste
Sem intenção
Sem invenção
Simplesmente chega e fica.

Um telefonema
Uma cobrança?
Um pedido?

Quando vem me ver?

Corre para os braços
Beijos
Afagos
Saudade
Laços

Assim a vida dá sequência na vida!

Como disse um amigo:
É muito importante renovar esse ciclo sempre que (im)possível!

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Gratidão

Vivendo numa semana atípica, rodeado pelos pequenos, me reportei ao tempo em que eu era pequeno e me encontrava no superlativo. Era o mais baixo e o mais magro da turma.

Quem parou esse momento no tempo, com seu olhar diferenciado - tio Paulo - pode dizer. Em todas as fotografias desse período, lá estou eu puxando a fila dos meninos. Ao meu lado, oscilavam Natalinha e Adrianinha, mas, na fila dos meninos, não tinha jeito, eu era o primeiro e Renato, o último.

Ter os pequenos por perto é mágico. Muita criatividade; muita energia; muitas perguntas sagazes, das quais não possuo resposta alguma.

Ter os pequenos por perto me fez reafirmar uma vontade guardada no peito: Quero ser professor de Pitoco!

Me fez também chorar as escondidas, afinal de contas, "gente grande não chora, né tio?".

Eles me fizeram passar a semana enxugando as teimosas lágrimas, que de vez em sempre, teimavam em brincar no escorrega da minha face.

Fizeram-me passar a semana com um nó na garganta e hoje, às oitos horas, dando aula, enfim descobri o motivo: Era gratidão!

Tia Ângela, Tia Solange e Tia Wânia, obrigado!

Curiosamente aqui estou eu, adulto, chamando minhas professoras de tias, fazendo o mesmo que os pequenos vem fazendo comigo há seis anos.

É nesse momento, quando me vejo grande, adulto; enfim me enxergo completo que o nó refaz-se, pois não há como não lembrar de vocês.

Não há como esquecer de Tia Ângela andando furiosa pelo escola segurando minha mão, igual a minha mãe, procurando os alunos mais velhos que estavam praticando comigo piadas racistas.

Não há como esquecer as gostosas risadas de Tia Solange, que ainda hoje as tenho guardada nos ouvido, após Marcelinho e Pedro a enrolarem fazendo massagem nela só para a turma ter mais tempo para fazer a tarefa que valia ponto. Esses dois eram excelentes alunos, mas também dois bagunceiros natos que ajudavam a turma quando o assunto era fugir das punições ou explicar um assunto mal compreendido por algum amiguinho.

Não há como esquecer os largos sorrisos de Tia Wânia após voltar do banheiro. Tia, todos nós sabíamos que você ia lá para não ter as crises dolorosas, causadas pelas pedras nos rins, na nossa frente.

O que meus pais estavam me ensinando, vocês estavam reforçando todo dia.

Língua brasileira? Matemática? Estudos Sociais? Ciências?

Não, vocês foram além.

Proteger aqueles que amamos, não propagar injustiças, sorrir sempre, proteger a inocência, seguir em frente.

Espero que um dia, algum aluno lembre de mim do mesmo jeito que eu lembro de vocês, com uma gratidão inadjetivável; com uma saudade imensa, saudade daquela que não quer voltar no tempo, mas sim ter, no presente, aqueles que fizeram diferença no passado!

Espero receber, mais uma vez, aquele abraço e beijo que me faziam acordar às cinco horas da manhã com um sorriso no rosto!

Tias, um enorme abraço de um menino no qual vocês semearam o bem! De um menino que vocês ajudaram a ser ser humano de bem! Que hoje deseja muito ser pai e professor, para passar adiante o que recebeu dos seus pais e que vocês deram sequencia!

De coração, Muito obrigado!

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Ilicitude da pena!

Ama ciente que o amanhã chegará
Cuida hoje para haver o amanhã
Caminhou e entendeu o sentido do tempo
A paciência ainda precisa ser lapidada.

Ao caminhar encontrou muitos seres
Um em especial é especial
Suave é o viver.

Ele a mostrava motivos para sorrir, "é melhor ser alegre do que ser triste"
Ela o mostrava que o ontem valeu a pena, estava colhendo os frutos maduros com ela.

Dois que querem estar juntos
Vivem momentos diferentes
Um resolveu pontuar de maneira final.

Dividir não é melhor do que romper?
Metade para mim, metade para você não é melhor do que todo peso sobre você?

Frustação com a sua decisão.
Aceitação com a sua decisão.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Bem-te-vi, quero-quero, bem!

Quero-quero
Voa-voa sempre a cantarolar

Do cantinho, ele diz baixinho
Bem-te-vi!

Quero-quero bem vê o Tivi
O Tivi bem quer Quero-quero

Voa para longe assustada
Amar, sempre amou
Se entregar loucamente, sempre foi
Agora é novo, não há loucura
Voa-voa
Volta porque quer
Não porque tem.

Do chão, o Tivi só observa a fuga
Do alto, Quero-quero foge
Mais no alto pensa:
Ele não vai vir até mim?

Vai não!
Pois não há motivo
Não há loucura
Não há!

Quer fugir?
A vontade!

Bem-te-vi!
Bem-te-quero-quero!

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Pequenina!

Braços abertos

Envolvem-te devagar

Encaixe natural

Você aqui.

Quando precisar,

Pode vir

Estão sempre abertos

Para você se-acomodar!

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Anjo da Guarda!

Mostra, de maneira discreta, os infinitos caminhos que a vida nos oferece a cada instante.

No instante seguinte, traz para perto dos olhos, os afluentes.

Não demora muito para, dentro de uma redoma, nos mostrar as consequências.

Antevê a queda e segura a mão.

Abaixa-se e sopra nos nossos ouvidos: Você consegue!

Tudo para não perdermos a força.

Ao final do dia, ainda nos nina e vela pelos sonhos.

- Mas papai, quem cuida do meu anjo da guarda? Você, né?

domingo, 24 de agosto de 2014



Vida amassada no peito
Percorre vias estreitas
Peito abertado
Cabeça longe
Sentimentos, muitos
Falta boca na boca
Nada que você não cure!

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Um mais um igual a três!

Partiu do zero e com o tempo aprendeu a ser um.

Por muito tempo, um, ele foi.

Mas, o mesmo tempo o estimulou: Seja dois.

Pertencer a parte par, era um mix de prazer e medo, com leves pitadas de euforia e receio.

De recente, uma um sorriu-lhe e fez o convite: Quer somar comigo para sermos dois?

Ficou gelado! Sem reação! Perdeu a cor e sorriu para disfarçar!

Não queria perder aquela um, mas para isso, teria que (re)aprender a ser, um!

domingo, 22 de junho de 2014

Assim tá bom!

Tem como pensar em família e não pensar em mãe, pai, Chico e Nádia?
Tem como pensar em filhos e não pensar em Pitoco?
Tem como pensar em uma menina e não pensar em Marilia?
Tem como pensar numa segunda família e não pensar nos Serras e nos Andrades?
Tem como pensar em irmãos da vida e não lembrar de Breno, Zaca, Caco e Cheppo?
Tem como quer aquele abraço com as palavras certas e não lembrar de Dayanne?
Tem como pensar em política e não lembrar de Mano?
Tem como não ficar surpreso com a força que Ciço me deu sem eu esperar?
Tem como ouvir nação e não lembrar do Marco Zero?
Tem como escolher outra parceira sem ser você?

Talvez existam outras respostas, mas no momento, as que possuo são suficientes para continuar acordado para viver.

Ao som de Nação Zumbi, "Um sonho".

domingo, 8 de junho de 2014

Na estação!

Ele de pé, mochila nas costas na plataforma.
Ela, sentada, dentro do trém.
Ele olha para dentro do trém procurando-a.
Ela sentada na janela, olha para a plataforma procurando-o.

Poucos minutos de procura mútua enfraquece o corpo e acelera os corações, que não mentem e sussuram: a gente se ama!

Poucos minutos de procura mútua enlouquece as mentes sãs que teimam em contrariar o taquecardear das almas.

Enfim seus olhares se cruzam.

Ela aguarda o sinal dele para sair correndo para seus braços.

Ele aguarda o sinal dela para sair correndo para seus braços.

O medo de se perderem, mais uma vez, é tamanho que ambos estão paralizados.

O maquinista puxa a corda e o trem apita: é hora do trem partir.

Eu só queria saber, quem vai tomar a iniciativa de não destinar esse encontro para a próxima estação, mais uma vez.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Links Alheios!

Depois de um fim de semana com sabor de domingo...

Amanheceu como de costume: o celular gritou que é hora dos compromissos; o corpo clama por cama; a mente ainda confusa não pensa, é insana e o coração, bombeia paz!

Vinte minutos após o grito do aparelho externo a mim resolvo cumprir com o combinado.

Lá vou eu levantar cambaleando, ouvir meu irmão exclamar “ô vidão!”, degustar um breve e saboroso leite com chocolate, banho e rua.  

No caminho, já sem sono e totalmente conectado ao aparelhinho que contém uma parte significativa da minha vida, resolvo escutar a trilha do dia, a trilha sonora do momento: Happy.

Assim como todo o conjunto presente nessa música, lá vou eu simplesmente feliz, assim mesmo, sem explicação. O que me remeteu a algumas prosas:


- Eaí man? Tudo na paz? – perguntaram eles. Eaí menino? Tudo bem? – perguntaram elas.
- Tudo um brisa! – aprendi o amplo significado desta.
- Que bom! Você “tá” bem mesmo né? Dá para perceber. Qual é o motivo!

Respondi com o meu clássico: Rapaaaaaaaz, tem não! Só estou bem leve! Matando no peito os problemas e chutando para longe e deixando no peito os que são bons! Simples assim!

 - Bonito isso! Mas fale a verdade. Qual é o nome dela?
- Dela quem? – questiono.
- Dessa mulher que está te fazendo ficar assim!
- Tem não! Foi só uma mudança na maneira de encarar a vida. Passei a não mais encará-la para leva-la (a vida) comigo!


Uma longa buzina me fez retornar ao lugar onde deveria estar: atrás do volante e não naquelas nuvenzinhas acima da cabeça quando estamos imaginado coisas (elas existem também na vida real, não são exclusivas dos quadrinhos).

Como aprendi em casa e revi com alguns amigos “doideiras” quando estamos bem as pessoas boas se (re)aproximam e as coisas boas também. Foi assim que não cheguei atrasado aos meus compromissos da manhã.

Foi um guarda me deixando passar aqui, um executivo me dando passagem ali, o semáforo abrindo assim que dobrei a esquina e por último àquela vaguinha esperta na frente do trabalho.

- Quero mais o quê? Diz aí porque para mim, está na medida!

Volto para casa e surpreendentemente não há congestionamento na rua! Mais músicas “alegria, alegria!” tocam no walkman até que resolvo olhar para o lado.

Um casal de idosos na Avenida Agamenon Magalhães (que poderiam estar em qualquer grande avenida de 
uma grande cidade) parados pedindo dinheiro. Normal se...

Se a senhora não estivesse cuspindo no chão.

Normal se...

Se ela não segurasse uma caixa de remédio, o provável motivo de estar ali.

Normal se...

O senhor ao lado dela (provável marido) não estivesse com uma sonda.

Normal se...

Ele não segurasse uma vasilha que deveria haver comida e não esmolas.

Normal se...

Ele não estivesse em pé e TODO enfaixado.

Normal se...

Não desse para ver o sangue misturado na urina.

Normal?

A vontade de parar o carro e atravessar as quatro faixas para dar dinheiro era enorme.

A percepção de que meu ato não seria o suficiente era enorme.

O silêncio era enorme.

A vontade de chorar também.

Podia ouvir a vida em alto e bom som me questionar:

- Eaí novinho, vai fazer o quê?

Outra buzina me trouxe a realidade. Ainda olhando para o casal ao lado acelerei. Mais adiante liguei o foda-se. Parei o carro, liguei o alerta e desci. O agente de trânsito me olhava querendo entender.
Abri a carteira e dei tudo o que tinha. Abri o coração e abracei ambos. Abri a consciência e, em lágrimas, perguntei:

- Precisa de mais alguma coisa?

O senhor acariciou-me a face e disse:

- Vá com Deus, meu filho! Sawabona!*¹

- Shikoba!*²


Voltei para o carro com um embrulho na alma e ainda sem conseguir segurar as lágrimas. Lembrei-me dos meus pais. Lembrei-me dos seus ensinamentos de agradecer SEMPRE! Enquanto agradecia escutei alguém batendo no vidro do carro. Era o agente. Quando olhei para o lado, ele chorava mais do que eu.

- Não sei se te agradeço ou reclamo contigo. – disse o homem que faz as vias fluírem.

- Por quê?

- Porque estou aqui desde as seis horas da manhã, vi esse casal chegar por volta das sete, me incomodou, mas não a ponto de ajuda-los e deixei para lá. Vá com Deus rapaz. E fique tranquilo que a multa será rasgada.

- Fico com Deus e com a consciência tranquila, pois cada um faz o que pode, quando pode. Você está fazendo as vias fluírem. Já é alguma coisa, não?

Deixei a partida e parti. Mas não mais ao som de Happy. Era tudo vácuo, era a ausência de algo que nem sabia mais se existia ou não.

De repente eles surgem me fortalecendo mais uma vez, Emicida e Rael.

“... às vezes não tem motivos para seguir
Vai, levanta e anda, vai levanta e anda!“

O literal não podia ser feito, então dobrei a esquina e deparei-me com o congestionamento. Tudo o que não queria estava lá. Quando menos movimento, mais tempo para estar imerso nas nuvenzinhas acima de mim, o que não seria deleitoso.

Tentava fugir das nuvenzinhas que se aproximavam de maneira perigosa eis que O Rappa veio até mim com as suas crianças e, se fosse mais evangélico diria que enxerguei a luz, como não sou apenas olhei para o céu que me apresentava à vida, que me apresentava um pouco dos meus ideais.

A minha frente, no meu caminho, o céu estava azul; a noroeste, o céu era tempestade, no desvio do meu caminho!

Basta escolher: continuar meu caminho (sem desconsiderar o quanto eu já caminhei) ou fugir do meu caminho pegando um desvio.

No Walkman:
Happy, Pharrell Williams
Levanta e anda, Emicida e Rael
Não perca as crianças de vista, O Rappa
A estrada, Cidade Negra.

Faça bom proveito!

*¹ Sawabona – eu te respeito, eu te valorizo. Você é importante para mim!

*² Shikoba – então, eu existo para você!

domingo, 20 de abril de 2014

E

E quando o pesadelo do passado está no presente? - De maneira passageira, breve e pesada.

E quando o salvador se torna carrasco?
E quando a criança cresce sem esperança?
E quando a criança cresce sem nunca ter sido criança?
E quando se cresce rangendo os dentes?
E quando se cresce caindo e levantando sem poder gritar, chorar e lagrimejar?
E quando se cresce sem a mão estendida?
E quando se cresce sem poder dormir o sono dos justos - mesmo sendo justo?
E quando, anos depois, um bolo ainda está preso na garganta?

E quando o "poeta" não consegue esquecer o passado triste para poder ser sublime aos olhos de seus leitores?

E quando o pesadelo do passado é o presente, o que fazer?

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Isso aqui também é viver!

A menina Naya segurando o trabalho-arte de Débora Assunção.
Acordar ou pelo menos tentar. Terceiro dia seguido que o ritual é o mesmo: O celular na hora combinada me avisa, aos berros, que está na hora de levantar. O corpo entende e cumpre com o combinado, mas os olhos não, se recusam e não abrem.
Desde adquiri o filtro de sonhos que a vida na madrugada é a mesma, dormir, somente isso. Não há idas ao banheiro, ataques à geladeira nem pausas para sonhar ou acordar assustado após pesadelos. Conversas noturnas com amigos nas redes sociais faz parte do passado. Coincidentemente à aquisição do filtro, o ato de dormir se tornou apenas dormir.
As crianças dirão que é por causa do filtro; os adultos, que me livrei de algum problema. Mas e eu, o que acho? (Estou com os pequenos!).
Quando enfim os olhos resolveram coloborar, parti para minhas obrigações.
No momento em que percebi meus olhos abertos, fui em direção da janela, como de costume, para ver a vida enquanto tomava meu café da manhã.
De um lado carros, do outro uma bolha de calor, à frente pessoas caminhando para seus compromissos e atrás de mim, minha cama. Resisti e fui, como todo "ser normal", conquistar o pão nosso de cada dia. No entanto, diante do que vi pelo janelão da Demócrito, ir de carro seria inviável. Bicicleta? Ainda não quero virar pasta no asfalto. Transporte coletivo era a solução. Fone no ouvido e lá vou eu para meu dia atipico.
O ônibus não demorou, como de costume. Nada nesse dia foi "como de costume".
O coletivo veio cheio, mas não lotado e em poucos minutos estava vazio. Eu fui sentar-me no banco alto, como faz todo bom moleque. De lá podia ver o longo congestionamento a frente. Via também que o motorista do ônibus no qual eu estava, era um mescla de kamikaze com Ayrton Senna. Surpreendentemente ele não matou ninguém e só andou pelo lado da sombra.
Foi desse lado que senti aquela gostosa brisa matinal e natural que pensei ter sido extinta; que pude perceber um senhor sentado numa cadeira de rodas na frente do hospital pegando sol, enxerguei esse mesmo senhor tirando a camisa branca de doente após passar por ele um jovem marrombado, o senhor bateu no peito e exclamou: Aqui sim há saúde! O marrombado olhou e sorriu, assim como fizeram os enfermeiros que o acompanhavam. Ainda nesse longo parágrafo, pude ver uma família que quero para mim: marido e mulher sentados tendo em seus colos o casal de gêmeos. O menino logo me "deu legal", fazendo com que eu sorisse e respondesse da mesma maneira. Para a menina, que me olhava escondida, eu "dei tchau", a sua reação foi esconder-se de baixo das assas do pai impedindo que seu sorriso timido fosse visto por todos.
Mais adiante vi uma jovem deficiente visual parada esperando alguém vir ajuda-lá a atravessar a movimentada avenida. Eis que a ajuda veio. Um jovem que dirigia um carro, ligou o alerta, parou o carro e foi prestar-lhe-a ajuda. Ela abriu um enorme sorriso, enquanto isso, Ayrton Senna kamikaze, jogou o ônibus para a outra faixa para não colidir com o carro do jovem. Ambos ficaram por alguns segundos se encarando, enquanto isso, a jovem esperava ser conduzida até o outro lado. Naqueles longos segundos de duelo de faroeste, o motorista kamikaze respirou fundo, enxugou o suor do rosto e, para minha surpresa, ficou de pé para aplaudir o gesto do rapaz. Ao sentar-se, atravessou o ônibus na pista de maneira que a jovem pudesse ser conduzida até o outro lado tranquilamente.
Desta mesma maneira o jovem voltou para o carro e se foi. Desta mesma maneira o motorista passou a conduzir o transporte coletivo. Desta mesma maneira minha vida seguiu.
A minha saída foi manter a vibe também nos ouvidos. Apertei o play para Arlindão (Arlindo Cruz) e mantive a frequência ouvindo "O Bem".


quarta-feira, 26 de março de 2014

Cria!

Na ciranda da vida tudo é mudança
tudo está em movimento, em transformação
poucos sabem seu lugar
poucos percebem onde estão.

Numa semana estranha
mais uma vez me estranhei com algumas partes das vidas alheias.

Com o conflito, andarilhei na imensidão de mim e pude, mais uma vez enxergar, de quem sou cria!

Eis o motivo do estranhamento: ser um, originado de dois, todos em constante mudança.

Havendo somente na raiz forte, o norte: viver sem trapacear!

Disso que sou cria, deles que sou parte!




quarta-feira, 19 de março de 2014

Gratidão!

Todo dia é dia de aprender
basta querer
bastar estar atento aos sinais
basta estar conectado consigo.

Um novo significado para uma palavra antiga
uma nova utilização.

Após cada bom momento vivido ela surge sozinha e espontânea, como tudo na vida, e vem representando tudo de uma vez.

Eis aqui a Gratidão!

quinta-feira, 13 de março de 2014

Camaleão.

São apenas pessoas.

Pessoas que comem outras coisas
Ingerem outros líquidos
Que se vestem diferente
Que veem outros belos e belas.

Distantes e próximas da minha realidade.

Outro jeito estranho de amar vivendo ou seria de viver amando?
- Sei não!

Nem melhor, nem pior
Apenas, há penas que camuflam seres que vivem sob a plumagem.

Mas, quem vive sem o fingimento normal de cada dia?


quarta-feira, 12 de março de 2014

More fire!

Ontem um conhecido
Hoje um amigo
Um amigo que ofereceu ajuda quando ainda era somente conhecido.

Muitos papos fluiram.

Uma realidade diferente: rum, coca sem gelo, bode assado oferecido por mãos sujas de carvão. Festas nas cidades vizinhas regadas por caras feias oriundas de rixas seculares entre duas famílias.

A vida de um caba que honra ser caba foi o que aprendi a respeitar.

- Não brinque com o que não se brinca.

- Mas e o resto?

- More fire!

quinta-feira, 6 de março de 2014

Jaula!

(Crédito: Taryn Polieste)
Trezentos e pouco dias. Um após o outro. O suficiente para não completar o ano. O suficiente para quase completar o copo; pelo menos deveria ser assim, todavia, o que ocorre de fato é que o copo sempre transborda muito antes. Meses antes do Carnaval. Aí já viu né? Quando a festa chega...

Aquela enfim sai, enquanto está claro, beijando ela;

Que ontem estava no beco, não mais escuro, aproveitando tudo o que o verão tem para dar-lhe-a;

Nesse beco estavam aqueles que nunca tiveram coragem o suficiente para cheirar aquilo que aquelas meninas de sangue azul usam escondidas em seus closet's;

Closet's que alguns meninos se escondem, só saindo junto com os morcegos;

Morcegos pareciam mais aquelas meninas no alto da escadaria a sugar o néctar dos rapazes e moças;

Moças e rapazes, nesse momento, são conceitos retrógrados;

Retrógrado é aquele que anda por esse período sem algum adereço, que será "emprestado" após uma breve negociação boca a boca;

Boca a boca foi como se fumou e bebeu os mais variados líquidos;

Líquido e mais líquido foi o que transbordou daquele copo que agora encontra-se vazio. Pronto para 2014!

Não é assim que a jaula funciona?

Ano que vem tem mais!

quarta-feira, 5 de março de 2014

Tu!

Vi um estanho e lembrei de ti.

Sem motivo aparente, você sorri.

Inclina-se para frente e para trás parecendo ninar-se.
Coloca as mãos no seio e diz: Aí meu Deus, eu vou mijar nas calças de tanto rir!
Coloca as mãos entre as pernas e diz: To ficando sem ar!
Aquele sorriso farto, aquele sorriso que não consegue conter-se, aonde anda?

Sem motivo aparente, ela sempre mostra os dentes e me deixa contente.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Buéca!

Lá vai ele, falando "merda" à doidado
Frases loucas sem sentindo
Gritos no meio da madrugada.

Quantas vezes escutei Mamadeira dizer: Vai maluco, sequelado, retardado, 22!

Quantas vezes vi papai procurando o "louco" que passava as madrugadas gritando pela janela acordando a todos por pura diversão. Só para estorvar

A resposta dele era gargalhar e dizer:Aranha!

Com ele não tem tempo ruim!

Tudo acaba em gargalhada.

Graças a ele lembrei o quanto é bom ser louco, ser pinel, ser feliz!

Ele trouxe para a memória presente a leveza, a felicidade; a minha raiz sofrida, mas sempre sorridente.

A vida é tropical demais para deixarmos nossos sentimentos dentro do paletó europeu!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Lembrei de ti!

Na minha nova e louca rotina, acordei as 16 horas para ir trabalhar. Como de costume fui pegar um copo com água e bebe-lo em frente a janela. Chegando lá deparei-me com a seguinte imagem: um senhor sentado numa cadeira de plástico olhando a vida passar.
Água e ver a vida passar, isso me lembrou o momento que adquiri o costume de beber água ao acordar. Isso foi durante uma longa caminhada pelos Andinos.

Já estava há horas caminhando, logo ia escurecer e eu não via nenhuma vida ao redor, excluindo as plantas. Eis que de repente sai por detrás dos arbustos um senhor miúdo falando tão rápido que só consegui entender o final: Vem comigo!

A mata era fechada. Ele abriu caminho com as mãos e sumiu. Entrar na mata me parecia a melhor opção e foi isso que eu fiz.
Depois de alguns arranhões e tropeços na mata fechada, um clarão surgiu. Era um imenso vale.

A minha esquerda havia um desfiladeiro, a direita a casa do velhinho e mais a frente um enorme lago - que mais tarde descobriria que a água não era tão quente quanto imaginei - onde brincavam uma mulher e algumas crianças.

Quando voltei meu olhar para a casa, o velhinho já estava entrando e fazia sinal para que eu fizesse o mesmo. O cansaço falou mais alto do que a beleza do lago, que a vontade de ver o desfiladeiro mais de perto, do que a vontade de mergulhar e principalmente falou mais alto do que a voz de meu pai ecoando em meus ouvidos quando criança a dizer: Moleque não dá mole, não entra aí!

Uma casa muito diferente foi o que encontrei. Peles de animais e muita madeira foi o que vi. Poucos segundos depois uma menina me segurou forte pela mão e me guiou até o quarto. Chegando lá apontou para a cama. Ela não pronunciou uma palavra sequer, mas entendi tudo. Antes dela sair, fui presenteado com um longo sorriso, um abraço e um "adiós".
Tirei a pesada mochila das costas e deitei. Em poucos segundos estava dormindo de maneira plena, como a muito tempo não dormia.

Meia noite em ponto eu despertei. Sentia como se alguém me chamasse. Pé ante pé fui caminhando pela casa, primeiro as escadas, depois pela sala. Tentava não fazer barulho, mas o ranger da madeira me impossibilitava. Não precisei acender as lamparinas, era noite de lua cheia e a casa não possuía cortinas. Quanto mais eu caminhava pela casa, menos vida encontrava. De repente a pequenina entra pela porta da sala com o corpo pintado e um cocar na cabeça; pega um pequeno instrumento com cordas, segura na minha mão e me leva para fora. Chegando lá parecia que uma enorme lâmpada estava acessa no céu. Perto do lago estava a família dela dançando entorno da uma fogueira. Ainda tenho essa imagem gravada em mim. Assim como as que ocorreram durante a noite.

Timidamente me aproximei. Quanto mais lento caminhava, mais fortes eram os puxões da pequena. Quando chegamos na fogueira ela correu para pegar tintas, enquanto isso seu avô, o velhinho que me buscou na estrada, me enfiou uma folha na boca e mandou que eu a mastigasse. Um gosto amargo foi o que tocou minha papilas gustativas. Pouco tempo depois, a mãe da pequena me deu um copo para beber um líquido. Era um gostoso chá. Foi quando o velhinho pronunciou as suas primeiras palavras: Primeiro o remédio amargo para limpar e purificar, depois a doçura da vida.

Foi ele terminando de falar e a pequena chegando com as tintas para me pintar. Quando ela acabou, apontou para o lago.
- É para eu entrar? - perguntei.
Com a cabeça ela respondeu que sim. Foi nesse momento que descobri o quanto aquelas águas eram frias. Descobri também o que o velhinho quis dizer.

Com a água no pescoço sentia todo meu cansaço físico e espiritual indo embora. Como me diria a pequena mais tarde: aquele lago era mágico.

Quando sai dele uma grande surpresa: o desenho que a menina havia feito tinha se transformado em outro. Não era mais um desenho infantil, ele parecia com os daquela gente da qual eu agora fazia parte. E foi assim que eu me senti a noite toda, parte daquela gente.

Mais folhas para purificar, mais chás gelados, mais bebidas quentes, boa carne e muita dança. A pequenina parecia um anjo dançando.

Pouco antes do amanhecer o velhinho me chamou até o desfiladeiro. Por lá ficamos até o sol chegar. Ele me disse duas coisas que jamais esquecerei: Sempre tome um copo com água antes de dormir e assim que acordar, faça uma prece para limpar os pensamentos e sentimentos ruins que possam ter aflorados enquanto dormia; e sempre escute seu coração, ele fala alto, se comunica bem, foi através dele que minha neta te encontrou, ela ouviu você pedindo ajuda. Está te ouvindo há dias. Do mesmo jeito você a ouviu chamar para a nossa celebração.

O que vocês celebravam?, perguntei curioso.

A sua chegada, pois você vai deixar um pouco de você nessas montanhas e vai levar muito de nós. Será um novo homem, você fez a escolha certa, procurou a purificação para poder voltar a vida na cidade com pouco verde.

Quando ele terminou de falar um vento forte soprou. Ele disse: Toda vez que o vento soprar, peça para ele levar tudo de ruim e trazer o bom e o bem. Nesse momento o pequena chegou e disse: Sua hora chegou, eu te mostro o caminho.

Me levou até o quarto, onde minha mochila estava carregada com comida, água, folhas e chá e me levou até a estrada. Durante todo o tempo ela segurou a minha mão. Na estrada me deu outro beijo, um sorriso, um abraço e disse: você já sabe o que fazer. Quando precisar volte-se para o coração, ele sempre te ajudou. Eu estarei sempre contigo! Só volte quando quiser nos ver, quando a saudade apertar; você já sabe como se purificar, não precisa mais de nós.
Ao pronunciar a última palavra, soltou a minha mão e voltou para a mata.

Olhando esse senhor na cidade com pouco verde me lembrei daquela noite, daqueles dias caminhando.

Meu coração não é mais um ser estranho a mim, é parte de mim. Não sou mais corpo, coração, mente e espírito; sou uma coisa só, sou completo!

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

"Histórias Cruzadas".

Um filme, um recorte, uma visão foi o que me restou.

Foi tudo isso que vi nesta tarde; numa tarde que estava perdida, numa tarde de compromissos desmarcados ainda no primeiro tempo.

Eis aqui um preconceito que não feriu minha pele. Eis um preconceito que vejo minha mãe e irmão lutarem contra, que vejo minha irmã “deixar para lá” quando dá. Que muito ouvi papai comentar a respeito. Que sei que vó Paulo e vô Madá passaram na pele, porém, nunca os ouvi prosear a respeito.

Abaixar a cabeça, mudar de lugar, atravessar a rua, ser culpado graças ao tom da pele eram as notas que estavam na partitura da vida. Era? Vai saber. O que sei é que esse tom me fez quebrar as regras. Aqui está mais de um texto no mesmo dia. Um pequeno texto. Um texto que versa sobre algo que deveria estar preso no tempo. Deveria, pois se estivesse não estaria aqui, escrevendo e enxugando lágrimas.

Não passei por isso, não sou ativista, não quero mudar o mudo... então, o que quero com esse texto?


Continuar a minha caminhada, assim como Aibi, com lágrimas na cara, esperança no peito, lápis e papel; só isso. Continuar a caminhar e escrever acerca o que me faz ter esperança, o que me faz focar na parte bela da vida, assim como fez o criativo Guido em “A vida é Bela”. 

Toc toc toc...

­Uns gostam de gastronomia, outros de ler, aqueles de andar de bicicleta, as meninas de sair por aí e ela sabe o gosto de cada um presente nas salinhas.

Toda semana eu a encontro; ela, a música tranquila, suas onomatopeias e agulhas. Conversamos um pouco, normalmente sobre a minha vida e ela se vai por alguns minutos.

Durante esse tempo fico deitado fazendo tudo errado. Deveria estar relaxando, com a cabeça vazia, ouvindo a música, prestando atenção na respiração. Eu até consigo sentir o efeito de estar ali: fico zen! Entro em outra sintonia e passo a pensar na vida, na parte boa dela. As letrinhas começam a surgir em minha mente. Pronto! Mais um texto está sendo produzido lá. Lá a produção é em massa.

Até...

“Toc, toc, toc, toc, toc, toc”.

Já sei que ela está a caminho, seus sapatos – sempre com saltos – anunciam a sua chegada. Poucos segundos depois a luz é acesa e lá está ela sorrindo e eu aqui “tranquilão”.

Lá vou eu dar início a minha rotina louca. Saio tranquilo da saleta tranquila como se fosse um monge e assim permaneço o dia todo.

Obrigado moça!

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Enquanto esperava uma amiga...

Quando esperamos alguém, fazemos de tudo para matar o tempo antes que ele nos mate, sendo assim, fui para o local onde o tempo não existe: shopping.
Olhar vitrines não é a minha praia, logo, fui para a praça de alimentação observar pessoas. Enxerguei algumas, vi outras, desconsiderei muitas mais até ela passar.
Não sei por qual motivo, mas ela me chamou atenção desde a sua chegada. Sentou alguns metros a minha frente. Sentou, me olhou e desde então não parou mais. Normalmente o encabulamento é inevitável, desta vez, isso não ocorreu. Fiquei a observa-lá e ela fazia o mesmo comigo. Ninguém escondia nada.
Depois de alguns minutos, ela, me olhando dentro dos olhos, se levanta e vem em minha direção. Senta-se na minha frente, na mesma mesa e diz:
- Oi!
Eu sorri e fiz o mesmo. Passamos a conversar e foi nesse momento que as cartas começaram a embaralhar.
De início era apenas uma mulher conversando com um homem, ambos estranhos, por isso era muito mais fácil ser transparente, afinal de contas, ninguém se conhece e tão pouco sabe se há algo de verdadeiro na prosa.
A cada assunto novo, ela mudava de personalidade: criança, adulto, pessoa idosa, medrosa, a frente de seu tempo, retrógrada, má, boa. Uma infinidade de pessoas vi dentro daquela mulher.
Eis que ela resolveu beber, queria uma cerveja para continuar a conversa. O que estava embaralhado começou a ser colocado em ordem.
Todas as suas personalidades começaram a convergir para uma. Esta uma era na verdade um mix de todas as outras e somente quando ela surgiu que toda conversa anterior passou a fazer sentido. Nesse momento de franqueza ela admitiu para si que, só está a vontade, só se assume, quando bebe ou quando está com ele, pena que ela o mandou embora; agora o que resta a ela é beber.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Whisky de caubói.

Negão, crioulo, preto;
Bicha, veado, sapatão;
Puta;
Tinha que ser branco;
Chinês, coreano, japonês, "é" tudo asiático, tem olho rasgado, pau pequeno e fede;
Paraíba ou cabeça chata;
Gordo, baleia;
Magrelo e varapau.

Quem nunca ouviu uma dessas palavras aqui dentro de casa? Dentro do Brasil.
Quem nunca pronunciou uma dessas palavras?

Preconceito existe meu brother, todo dia recebemos-o e praticamos-o. Não tem como fugir.

Agora ele é feio quando o outro pratica né? Incomoda quando é contra o nosso, agora irmão, que está longe. Pois, quando ele estava ao nosso lado, ele não era visto como irmão e nós o chamávamos carinhosamente de: negão, bicha, sapatão, paraíba, amarelo e muitos outros adjetivos gostosos de ouvir.

Acho válido a comoção, todavia, acho mais interessante chamar o viadinho, o paraíba, a puta, a sapatão, o gordinho e o magro pelo nome. Acho válido olhar o próprio cú a mostra do que depositar uma moeda no cofre alheio.

Mas, e o bom e velho "seu viado safado, quanto tempo"?

Deixa essa frase para os amigos de longa data, para aqueles que sairam no braço para defender o amigo "diferente" (preto, viado, puta, amarelo e afns), para o que de fato e de direito podem. Afinal, só é justificado esse; esse ocorre entre irmãos, as demais formas de carinho, é preconceito e mamãe disse que é feio praticá-lo sem um motivo justo.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

O salto.

Parado!
É assim que tudo está.
Ele a vê e nada faz.
Ela o vê e nada faz.
Basta ter álcool para ela se soltar.
Basta ter álcool para ela pular.
Basta ter álcool para ele se afastar.
Basta ter coragem para tudo se acertar.
Basta não saltar.
É só caminhar, isso basta!

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Eu queria.

Eu queria escrever para pegar as gatinhas, mas é muito clichê.
Eu queria escrever para agradar você, nem sempre é possível.
Eu queria escrever para me agradar, seria mais fácil viver.
Eu queria escrever para fazer você mudar de ideia, mas não quero mudar nada em você.
Eu queria escrever para esquecer, esquecer o quê mesmo?
Eu queria escrever por você, mas você precisa aprender.
Eu queria escrever para...
Eu queria muita coisa!
O certo é que eu escrevo porque não consigo viver sem escrever.
"Se começar foi fácil, difícil vai ser parar!"*




Recife, 29/05/2013.
*"Vida rasteja" - O Rappa.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Efervecência

Eu não sou daqui
Na minha terra o lance é mais tranquilo
O lance é "calma brother, senta aí, toma mais uma. Acende essa parada aí e marca um dez"
Aqui o brother é véi
A calma não existe; o tempo é avexado
Enquanto eu vivo de borest, a galera aqui está de borest
Nem melhor, nem pior; só diferente
Eita diferença arretada de boa