quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Ritmado.

Um dia como outro qualquer
eu pego a colher
e vou até o tupperware
para comer.

E ao ver você 
penso na douçura do seu doce!
E não quero mais saber de colher!
Perdi a fome! 
Preciso me alimentar da visão doce da sua presença!
Que é a minha crença!

Está não sai na imprensa
e por isso não ficas tensa!
Posso te devorar sem pressa!


Jornada

Após ler Zaratustra!

Como ser em tempos tão complexos?
Um simples atos
Falar a verdade
Não é mais digno!

Nesse mundo demôniaco, nadar contra a maré é doloroso demais. As águas são muito quentes. São carnívoras! Demoram meu corpo! Inclusive o coração!

Resta a alma!

Quando as águas demôniacas passam, Bonança?

Só na mitologia!

Vem mais uma provação!

A montanha é que devora almas!
Por ela ninguém passa.
As almas, a carne e o osso.

A alma está fraca.
Viu seu corpo sucumbir nas águas quentes.
A cabeça apesar de focada está confusa.
Parece estar a muitos quilometros acima do nível do mar.
O raciocínio é lento.
O corpo treme.

Mas que corpo?
Ele se foi a muito tempo!
Mais medo! Pois o que treme é a alma!
Algo jamais sentido.

Mazda e Angra estão espantados com o pavor que exala minh'alma!
Até eles que já viram de tudo.
Eles sim, mas eu não!
Primeiro a maré e agora a montanha?
Minha cabeça não é tão forte assim.
Meu corpo franzino já se foi!

A alma!!

Nesse mundo mitológico estou perdendo-a!
Não quero perde-la, lutei muito.

Estou fraco demais!

Preciso de ajuda!

Angra impede que outros me ajudem.
Mazda diz: Força menino, já chegaste até aqui!

Força?
Olho para dentro e não a vejo mais.
A meu redor tudo tão confuso!
Antes tivesse nem entrado naquelas águas!

O que faço agora?
Onde busco forças?
Desistir?
Logo eu que não disisto!
Uma cabeça feita de diamante, não pela beleza e sim por ser um material tão forte, vou deixar para lá?
E tudo o que passei? As cabeçadas? As brigas? As cicatrizes?

Tudo em vão?

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Escavando meus sentindos como um virgem estudante de arqueologia acabo me perdendo.
A pressa, a vontade, a curiosidade são mais forte que a cautela.
Não consigo enxergar o que só a experiência poderia me dar.
Ela, a cautela, na labuta diária é fundamental.
Sem pressa, o experiente arqueólogo pincela o objeto ainda indecifrável para muitos.
Porém, ele já consegue enxergar toda a beleza de seu achado. 
Sabe também que a cada pincelada descobrirá a novidade!
E é justamente ela a razão do seu viver!
A certeza da incerteza da exatidão é constante!
A certeza da certeza que vai encontrar é constante!
Por isso mesmo, quando era virgem estudante atrapalhado
tirava da estante todos os manuais para aprender a fazer!
Ouvia os mais importantes conhecedores da área para aprender mais rápido!
Mas continuava atrapalhado, um virgem!
Até que um dia resolve não mais ter pressa!
Não ouvir mais ninguém! Não ler mais nada! Chega de teoria!
Vou praticar sem pressa!
Um belo dia descobriu um objeto só seu! 
Ninguém então havia trabalhado nele.
Ninguém o conhecia. Não havia guias, manuais ou teóricos!
Durante todas as intempéries pincelou-o.
Durante todos os turnos pincelou-o.
Diante de inúmeros problemas pincelou-o.
Não desistiu jamais. 
Depois de muitos anos ainda pincela.
Não desiste, tão pouco acho que está perdendo tempo.
Pois o virgem estudante descobriu um objeto de estudo que não é objeto, tampouco se racionaliza.
Se sente!
Ele descobriu o amor!

Para a Flor e a Maria!

sábado, 20 de agosto de 2011

Um puta expurgo visionário pluralista sem lirismo!

Nem correndo, tão pouco devagar demais
num ritmo tranquilo.
Afinal, "criança não se estressa mamando no mamilo!" *

De repente, me dou conta que
uma fada ou uma bruxa me tocará com a sua varinha desmágica!

Pronto, FUDEU!

Foi-se embora o meu tempo!

Perdido como nos tempos de criança ao brincar feliz e perdida no parque sem neurose estou.
- Onde estão papai e mamãe? 
Daqui a pouco acho, penso eu e volto a brincar, mas...
- Onde está o parque? 
Me dou conta que agora já sou adulto.

Que tempo é esse que corre mais rápido que os ponteiros do relógio?
Angustiado, o expurgo é me sentar onde estou,
afinal ainda sou uma criança cercada do medo e a procura da sua mágia.
De todo o lirismo que a força me tiraram sem me dar conta.

Hoje é adulto, mas não quer ser.
- Não estou preparado!
- Meu filho, calma, você está sim!

Por um breve sopro ilusório de liberdade eu acreditei.
Um grande erro.
Essa liberdade limitada dos homens sapiens adultos eu não quero.
Não me serve!
Quero viver a liberdade livre e inocente das crianças.

Cercado de adultos que não enxergam mais as crianças tento ser uma.

- Me deixem ser criança. Me deixem ser eu! Não veem que eu sou eu e por isso não sou você?! Me deixem ir contra o fluxo. Me deixem ser Zaratrusta e voltar a andar em um ritmo tranquilo, sem neurose!

Adulto: foco; assentimental; racional; se adapta ao meio; não questiona, faz; instavelmente estável; procura respostas; não pode vacilar, tem que ser correto, coerente, conciso; limitado; acelerado para o compromisso, mas devagar para o lazer. Quer ter!

Criança: muitas coisas ao mesmo tempo; puro sentimento; sem medo de perguntar o que não sabe e/ou não entende; estavelmente instável; tem resposta para tudo, pois se não sabe, qual o problema de inventar? Ser livre? Fantasiar a vida? Quer ser!

Ao final percebo que não me deixarão voltar a ser criança outra vez.
Então vou ser o muleque sinistro das músicas de D2. 
Vou chegar colocando o pé na porta e me impor.
Agora é tarde, porque eu também quero essa boquinha de decidir!
Criança não decide nada, mas um muleque sinistro sim!
Então, vou a mescla entre o adulto e a criança!
Vou botar a cara! Com a cabeça boa e o coração na frente!
- Salve, salve simpatia!


* Sem neurose - Gabriel o Pensador e Itaal Shur.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Sequestraram a minha escrita!

O reflexo da vida está no papel.
Não se consegue fugir.
Até se tenta, mas ela não o deixa!
Como pode ter tanta criatividade refém a ele mesmo?
A sua escrita está sem letras.
As que ele quer não existe.
Volta para o caderno de caligrafia e tenta.
Em vão!
Acha que desaprendeu.
Passa mal até perceber que não.
O momento lhe tolheu-as.

Agora tenta, diminuir a marcha para a primeira.
Assim como um carro velho diante da ladeira de Olinda
respira funda e diz:
- Vamô que vamô! Cheguei até aqui, nada de entregar os pontos!
Nem devagar, nem rápido.
Apenas indo para o outro lado que não se vê!
Não se sabe o certo.
A única certeza é que vai subir
mesmo que para isso bata o motor.
Inverta o sentido!
- Agora lascou, porque eu vou subir!

Cheguei aqui!

Eu tento, mas não consigo.
Busco maneiras, possibilidades
e por um breve instante acredito estar conseguindo.
A maldita gramática surge: Porém, não consigo!
Há muito tempo tento e obtenho o mesmo resultado.
O Fracasso!
Apesar de não gostar estou me acostumando a ele.
Cheguei na encruzilhada com meu nome.
Vou convicto para as profundezas.
Espero encontrar no segundo final de minha vida
não o desespero
mas sim a força e a que me farão voltar a querer viver.
Senão, me deixo ir.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

7 palmos!

Mergulhado em meus escritos.
Tento me aproximar de ti.
Nem sempre o melhor antídoto.

Chego tão perto!
Te tenho.
Onde você está?

São só letras.
Desejos.
Nada de carne e osso.
Foi apenas um sonho.
Por alguns instantes te tive
juntinho a mim!

Agora a triste realidade.
Você está longe e não vem me ver!
Fato consumado.

Se eu gritar, chorar, suplicar.
A resposta é a mesma:
- NÃO!

É a morte de um apaixonado.
É apenas mais um para ela.
Mais uma vez que ele diz que morreu!
Só que desta vez ele está indo
mas ela ainda não percebeu.

Ao som de "Preciso" e "Me ensina" - Mamelungos do Recife.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A adição!

Cigana!
Para uns engana,
para outros encanta.
E para você bebe cana,
não cansegue sair da cama
a ponto de molhar o pijama.

Ao amanhecer o mesmo drama.
Está só!

Como explicar o suor
que ainda escorre?
É preciso tomar outro porre
para a mente chegar até você.
E novamente fazer
o que só é permitido nos sonhos.