quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Vento Ponteiro.

Já é dezembro.
O velejador começa a respirar mais aliviado. O fim do ano está próximo.
Senti o oxigênio do litoral mais forte.
Os pássaros, as baleias e os golfinhos são seus guias. Volta pra casa.
Ele poderá enfim parar de balançar.
As águas já demostram-se cansadas.
Não tem a força de outrora para levá-lo no balançado gostoso da vida.
Faz força demasiadamente grande para cumprir a mesma tarefa iniciada há tempos atrás.
Precisam todos de uma pausa.
As águas não querem ter mais que levar ninguém de porto em porto.
Se os barcos pararem de deslizar sobre elas, ficaram mais leves e limpas para ano que vem iniciarem a mesma tarefa com alegria na alma.
O velejador quer sentir terra firme para assim gravar as pegadas na trilha que o leva para o seu amor.
Precisam fechar os olhos que ardem muito. Querem sentir o doce de outra água que rasga a terra deixando seu rastro.
Precisam de um tempo para descansar. Repousar ao lado daqueles que tanto amam!
Precisamos viver!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Madalena

Há pouco te conheci e gostei, rolou uma química.
Aqui minha casa é meu lar! Não vivo aflito.
Não tenho pinheiros para ver, mas faço boas viagens da minha varadinha esperta.
Que me deixa com a mente aberta nas madrugadas silenciosas e com a alma leve durante o dia calmo.
Aqui sou acordado nos finais-de-semana pelos pássaros que residem nas Mangueiras.
Durante a semana o progresso que acorda.
As bate-estacas dos prédios em construção.
Esse é o maior barulho. Há um infeliz que fica brincando com a sirene também.
Estou no meio do caos e não me sinto dentro dele.
Aqui eu e minha família encontramos a paz interna novamente.

Me tirar de casa é um suplicio.
- Mãe, não quero ir. Me deixa aqui!

sábado, 24 de dezembro de 2011

High Society, com muito respeito!

A patroa recebeu a difícil missão de ir fazer uma pauta em um restaurante da alta gastronomia, escolhido por ela, com direito a um acompanhante. Este é o neguinho aqui.
Então vamos nessa né?!

Ao chegar já ficamos ciente de como é o esquema. Dez pila para o manobrista estacionar o meu possante. Pensei:
- Ainda bem que o trabalho dela que vai pagar a conta.
Me virei para o rapaz que iria estacionar o possante e perguntei:
- Vocês tem estacionamente próprio?
-Não, respondeu ele.
Travei.No cérebro um trem apitava, no peito um desfibrilador e na boca um...
- Filho da puta rapaz. Vai me cobrar 10 conto para estacionar meu carro na rua? Isso eu faço sozinho. Na pior das hipótese pago 2 pilas ao legal.  A minha vontade era voltar para o carro e estaciona-lo eu mesmo. Mas sorri e dei um tapinha esperto nas costas do gerente que nos recebeu na porta.

Lá dentro poucas pessoas.

Com o passar do tempo foram chegando.
Mulheres muito bonitas com seus filhos adolescente e seus maridos. Estes não davam atenção as suas esposas que nos olhavam com multiplos olhares.
Ficava claro a enorme diferença de idade entre eles. As mulheres com tudo em cima já os homens... Dez anos era a menor diferença que havia. O amor é lindo não?


Não faziamos parte da high society, reconheceram isso logo de cara. Então o olhar de repreensão, nojo e indiferença. Depois a mudança. O ciume se fazia presente, pois estávamos em em clima de Lua de Mel!
Muitos sorrisos, abraços, beijinhos e comidinha na boquinha. Elas tinham... nada. Às vezes ouviam um:
- Mulher, está bom?


O saldo da noite:
Conhecemos um lugar muito legal, pois o clima do lugar é fenomenal, havia uma iluminação excelente e com um violoncelista e um pianista tocando jazz; alguns olhares curiosos, outros de repreensão, de ciúme; comemos uma entrada estranha, um prato principal muito bom e uma sobremesa.... simplesmente excelente.

O que eu tenho a dizer sobre isso:
- Feliz Natal para vocês também da High Society que se preocupam em repreender o diferente, em não olhar para aquelas que os cercam e preferem pular a cerca com outras ao invés de fazer o dever de casa!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Eu, Marley, D2 levando O Rappa.

O dia começa e a vida trilha...
"Há um momento na vida em que é preciso lutar, é quando o sonho da gente resolve um dia acordar..."

Ao final do dia...
"Tô tentando se possível zerar do começo e repetir o play"
Na vida não dá para zerar do começo e repetir o paly, só no K7.
E como a vida é cacete, caminho sob as folhas secas que caem em meu caminho.
É outono. A brisa sopra forte.
Nos prepara para o inverno que é tão frio que queima como no inferno.
O homem chega em casa a ponto de se afogar...
Retira a chave e antes mesmo desaba.
É inverno, a chuva não pára de rolar em seu rosto.
Trovejam em seu peito a tristeza do dia que teima em se fazer presente.

"Pra que terminar se é possível concertar?"
"Com vocês nós vamos até..."

É o que toca no estéreo do carro na Br-Primavera.
Esta não é a estação.
O rádio está fora de sintonia, o que fazer?

Viver simples e soprar para cima para retirar as nuvens que tumultuam as estações.

A sintonia se faz presente, é verão.
Alegria, alegria!
Para acontecer, é preciso descer pro play, acreditar e fazer!





segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Jor

Você por mim não chora, mas eu choro por você.
Rosa, menina Rosa.
Foi uma linda história de amor.
O telefone tocou novamente.
Pois malandro pra ser malandro tem que ter fé.
Pois ela será minha eterna, toda colorida.
A minha teimosia é uma arma pra te conquistar. Eu vou te vencer pelo cansaço até você gostar de mim mulher, mulher...
Mulher que me invade.
Que me machuca.
Que me maltrata.
Que me funde a cuca

Você não sabe quanto vale cinco minutos da vida.

Mas que nega é essa
Que nega é essa.
Essa menina mulher da pele preta com malícia.
Não sei não, assim você acaba me conquistando
Não sei não, assim eu acabo me entregando.
Você com essa mania sensual...

Sacudin, sacudin!
A banda do Zé Pretinho chegou.
Mas agora ninguém chora mais.

Mamãe eu quero ver nascer um anjo amigo.
Maria Domingas.
Por você eu sou.

Mas foi naquele beijo sem querer que você me deu. Que meu amor por você nasceu.
Bebeth vãobora!

sábado, 17 de dezembro de 2011

Mermão quero morar aqui!


Um objeto risca o céu e imediatamente a saudade sapateia minh'alma.
Quero novamente sentir a livre brisa gostosa da madrugada que agora sinto.
Tendo como cenário a lua quebrada ao meio em um céu quase limpo.
Nuvens e os tons escuros do céu se transfiguram com o clarão da Lua.
Os instrumentos do reggazin instrumental contribuem para o clima que o Éolo nos trás.
E sem ficar para trás Baco coloca em seus barris muitos litros de desinibição.
Sinto aos poucos uma leveza na alma e um gostoso peso sobre as pálpebras que me transforma em oriental.
Passo a me tornar pássaro e chego a Lua.
Assim como o Pequeno Príncipe solto pipa lá em cima. O vento daqui é bom.
Vejo minha casa lá de cima. É muito pequena.
A vista daqui é privilegiada. Vejo tudo.
Humanos pequenos abaixo e os grandes Deuses ao meu lado.
Antes do baratinho acabar pego uma carona em um cometa e chego em outro planeta.
Surfo nos anéis de Saturno. Giro tanto que fico tonto.
É hora de voltar pra casa para conversar um pouco mais com Baco.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Procurando.

Sentado no sofá não busco nada em um chá.
Prefiro a cachaça.
Ela tem o exato sabor que degusta minh'alma deitada na lama da desilusão.
Fiquei por lá.
Um golpe de mestre recebi.
Certeiro e inesperado.

Hoje a gostosa "alegria, alegria" está em baixa no mercado.
Uma tempestade não esperada abalou os pilares dos investimentos precisos.
A dúvida assola o ambiente daquele que é/era crente.

Não queria voltar a ter em seu coração aquelas...
Aquelas que só ele sabe o que lhe causa.

Só pode tentar se manter sob a manta aquecida para cicatrizar a ferida.
E assim como a Bela Adormecida ter esperança
em um dia voltar a ser criança para acreditar e não se machucar com as coisas de gente grande.