quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Toc toc toc...

­Uns gostam de gastronomia, outros de ler, aqueles de andar de bicicleta, as meninas de sair por aí e ela sabe o gosto de cada um presente nas salinhas.

Toda semana eu a encontro; ela, a música tranquila, suas onomatopeias e agulhas. Conversamos um pouco, normalmente sobre a minha vida e ela se vai por alguns minutos.

Durante esse tempo fico deitado fazendo tudo errado. Deveria estar relaxando, com a cabeça vazia, ouvindo a música, prestando atenção na respiração. Eu até consigo sentir o efeito de estar ali: fico zen! Entro em outra sintonia e passo a pensar na vida, na parte boa dela. As letrinhas começam a surgir em minha mente. Pronto! Mais um texto está sendo produzido lá. Lá a produção é em massa.

Até...

“Toc, toc, toc, toc, toc, toc”.

Já sei que ela está a caminho, seus sapatos – sempre com saltos – anunciam a sua chegada. Poucos segundos depois a luz é acesa e lá está ela sorrindo e eu aqui “tranquilão”.

Lá vou eu dar início a minha rotina louca. Saio tranquilo da saleta tranquila como se fosse um monge e assim permaneço o dia todo.

Obrigado moça!

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