sábado, 7 de julho de 2012

Releitura.


“Se eu não rezei direito o Senhor me perdoe. Eu acho que a culpa foi desse pobre que nem sabe fazer oração”.

Dia após dia ele pede. Pede o que não precisa. Olha para o que o outro tem, pega mais uma vez o trem e como muito desdém diz: Tenho não senhor.

Na hora que a sombra se esconde sob ele mesmo, o estômago faz barulho.

É chegada a hora da pausa. Nutrir o interior sem perceber que seu colega nada tem.

Volta ao trabalho. No final do dia volta ao vai-e-vem do trem.

Chega a casa e vê sua pequena no canto chorando.

- O que você tem minha filha?

- Nada não papai.

- Pode falar. Estou aqui para te ajudar.

- É que minha amiguinha ganhou uma boneca nova.

- Minha pequena, a gente já conversou sobre isso. O papai e mamãe estão sem dinheiro no momento.

- Eu não quero a boneca.

- Então por que o choro?

- Imaginei os pais dela dando o presente e ela quebrando em pouco tempo. Ela não dá valor ao que tem papai.

Neste momento ele vira para o céu e diz:

- “Perdoe encher meus olhos d’água”. 

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