sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Voltei Recife.

Voltei Recife, mas não foi a saudade que me trouxe pelo braço e sim a obrigação. Voltei cantando sim, sou revel e confesso, todavia, não pela felicidade por estar voltando, mas sim de com quem voltava e da que maneira estávamos
.
- Breves momentos de simples felicidade!

Certa vez ouvi para não propagar muito a felicidade porque a inveja tem o sono leve. Não é que é verdade!

Na chegada ao Recife, percebi meu coração mais feliz , como a muito tempo não estava. Alma leve. Cor mais viva. Andando tão leve pelas ruas que flutuava. Era fácil perceber.

Certo dia ele parou na faixa. Estava mais feliz ainda. Tinha um presente em suas mãos. Um anel, mas não era um anel qualquer, era um anel de vidro!

Eis que o sinal fechou. Assim como uma criança, atravessou a rua. A inveja que dirigia um potente carro o viu e não resistiu. Avançou o sinal e passou por cima dele. Atordoado e ferido ele se levantou. Sua cor era a de "burro quando foge". Era o medo. Quando a adrenalina foi passando sua cor voltou ao normal.

Vermelho vivo.

- Foi só um susto gente.
- Eu anotei a placa. Tome?
- Quero não. Obrigado. - após pronunciar essas palavras, voltou a andar.

Quando abriu a mão viu alguns pequenos arranhões nela e o anel intacto. Seu objetivo foi alcançado. Proteger o anel.

A inveja estava revoltada. Fez a volta e ficou a espreitar o jovem coração. Quanto mais olhava, mais via que nada de ruim havia lhe acontecido. Acelerou o carro e o viu no outro quarteirão.

- Foi só um susto pessoal. Estou bem.

Este fato se repetiu todos os dias durante mais de um mês.

Hoje encontrei com o meu coração novamente na faixa. Um pouco cansado da correria que se tornou a vida em Recife, mas ainda lindo.

Conversamos e ele atravessou na faixa ao ver o sinal aberto para ele. Vi a inveja vindo em alta velocidade. Não tive dúvidas, corri para ajuda-lo. Só então percebi qual realmente era o objetivo dela: Nós acertar em cheio, juntos.

Atropelou o corpo, a alma e o coração.

Essa batida foi forte demais para o coração. O vi perder a cor viva por uma mais fraca.

- Ele está morrendo! Socorro!

Gritar era em vão. Ele me puxou pelo pescoço, me mostrou o anel muito arranhado e disse:

- Desculpa. Não consegui protege-los. É tarefa dos dois! Tentem!

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