quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Histórinha de hj: Viajando no busão!

- Pai, eu queria que vc me respondesse uma parada aí que está fixada na minha cachola!
-Diga lá filhão, papai te ajuda!
- Como é que a gnt faz pra viver nesta dureza que é a vida?
- Ahh é isso? Simples! Pega essa paradinha aí que você tem que toca música e me dá.
- Pra que?
- Você não quer ajuda? Então!

O pai é da velha guarda mas está antenado nas novidades da tecnologia que a sua garotada (três filhos e mais 5 sobrinhos) também estão.

- Pronto, filho. Quando o bicho pegar, coloca esse negócio aí - vulgo mp3, que na época do pai se chamava tocador de k7 - no ouvido e escuta a pasta "alegria, alegria!"
- Só isso?
-Aham!
- Beleza, velho valeu a dica. Vou nessa que busão vai passar e hoje na faculdade tenho prova!
- Beelezuraa. Boa prova!

Ao sair de casa o muleque, curioso como só ele, puxou a mãe, colocou a pasta pra tocar e imaginem só: Bezerra, D2, Arlindo Cruz, Israel Vibration, Diogo Nogueira, Seu Jorge, Tim Maia, Jorge Ben, Racionais, Sabotage, Orquestra Contemporânea de Olinda, Vanessa da Mata, Caetano, Gil, Preta Gil, Groudation, Kultiration, Ponto de Equilíbrio, Augusto Pablo... Uma infinidade de gente que ele nunca ouviu falar.
Ao final do dia sabe o que rolou?
Ele faltou a prova pq ficou viajando nas músicas do seu coroa!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Os cabelos.

Acabo de ler um conto e resolvi aumentar um ponto.

Algo até então nunca havia pensado.
Deus havia me pregado
uma peça todos os dias
e eu nem havia notado.


Tento viver sem deixar de sentir que estou vivo.
Sinto o frescor dos ventos de agosto em meu rosto.
Ao final do dia estou vivo e meus cabelos assanhados.

Mas agora entendi uma coisa
nascemos, crescemos e morremos com uma parte do corpo já morta!

Ao perceber isso morri!

Não consegui entender a tolice que é querer estar vivo
se mesmo vivo estamos mortos
se mesmo mortos estamos vivos.

Nascemos e temos na parte externa da cabeça poucos cabelos.
Morremos e temos na parte externa da cabeça poucos cabelos.
Permanecemos todos esse tempo sem refletir que:
Esta parte externa está morta!
Vivemos com uma parte morta!

E agora entendo
que há beleza em um pedaço da morte.