Sábado
a noite é dia de fuleragem, dizem vários sábios. É dia de "toma, toma,
toma mulher". É dia de "toma, toma, toma homem".
A
sua marca registrada vai pra pista: cara de moleque travesso que transpira
malícia vestindo camisa de time, bermuda e tênis.
A
mulherada logo chega junto e se surpreende.
A
aparência é sim de um moleque, o jeito é de menino que de tudo tem vergonha,
mas o papo é de adulto, nada de fuleragem. Só há a malícia de um ancião que
muito já viveu. O corpo é franzino, na cara não há pelos e no som do carro não
toca maus tratos. Lá, só há amor e o toque da infância. Músicas "alegria,
alegria!". Aquelas músicas que quando tocam...
Quando
se mexe é moleque. Quando se veste é moleque. Quando começa a falar, o mundo
para. Quando fala de uma parte da vida, a dor, dá vontade de chorar, mas quando
abre a boca para cuspir esperança... A vida ganha sentindo novamente. A vida
ganha vida, porém não em um amanhã melhor, mas sim em um agora melhor. Afinal
de contas, por que deixar para amanha o que podemos fazer hoje?
Ainda
é noite de sábado, ainda é noitada, no entanto aquela vontade de chegar e
ganhar geral não é mais certeza.
Agora
há algumas dúvidas. Chegar e ganhar geral ou conhecer pessoas? Pensar ou
simplesmente fazer? Maus ou bons tratos? Comprar ou fazer? Sozinho ou em
grupo? Comprar um novo ou conservar? Comprar um novo ou consertar?
Por
que não consertar um erro?
Por
que não amar ao invés de ser descartável?
Por que ser vazio se posso ser um ser?
Por que falar com a boca se podemos falar com o coração?
O que mais te preenche: sexo ou amor?